O Prêmio Nacional de Ciência e Tecnologia foi instituído pelo Decreto nº 85.880, de 8 de abril de 1981, por ocasião das comemorações do aniversário de 30 anos do CNPq, e alterado pelo Decreto nº 92.348, de 29 de janeiro de 1986, quando passou a ser denominado Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia, sendo restaurado pelo Decreto 5.924, de 4 de outubro de 2006.
Constitui reconhecimento e estímulo a pesquisadores e cientistas brasileiros que venham prestando relevante contribuição à ciência e à tecnologia do país. O Prêmio é entregue anualmente, em cerimônia pública.
O Prêmio, de caráter individual e indivisível, é atribuído ao pesquisador que tenha se destacado pela realização de obra científica ou tecnológica de reconhecido valor para o progresso da sua área. É concedido anualmente, em sistema de rodízio, a uma das três grandes áreas do conhecimento: a) Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; b) Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes; e c) Ciências da Vida.
O vencedor recebe diploma, medalha e uma premiação em dinheiro no valor de R$ 200 mil, concedido pela Fundação Conrado Wessel.
Edição 1984 – Giuseppe Cilento
Químico e Bioquímico ítalo-brasileiro, um dos primeiros químicos de sua geração que se dedicou a estudos interdisciplinares, adaptando a química a pesquisas na área de mineralogia, biologia e física, aproximando a química de outras ciências. Concluiu seu doutoramento em 1946 e tornou-se Livre Docente em 1955. Migrou definitivamente para a bioquímica (1956) após visitar o laboratório de Frank Westheimeir , na Universidade de Harvard, como bolsista da Fundação Rockefeller. Coordenou a formação do Instituto de Química da Unicamp, onde permaneceu por 12 anos (1966-1978). Por duas vezes fui eleito chefe do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da USP. Recebeu (1991), o título de Professor Emérito da Unicamp. Publicou cerca de 150 trabalhos em periódicos nacionais e internacionais, e foi reconhecido mundialmente estudando a existência, em sistemas biológicos, de substâncias e moléculas químicas modificadas em suas características físicas por efeito de radiação.
Edição 2006 – Fernando Galembeck
Graduado em Química pela Universidade de São Paulo (FFCL, 1964) e Doutor em Química (Físico-Química, USP, 1970), realizou pós-doutorado nas Universidades do Colorado (1972-3) e da Califórnia (Davis, 1974). É Professor Titular da Universidade Estadual de Campinas, onde leciona disciplinas de Colóides e Superfícies, Polímeros, Química Aplicada, Físico-Química, Química Geral e Microscopia. Iniciou suas atividades de pesquisa com Pawel Krumholz, trabalhando depois em Biofísico-Química, Colóides e Superfícies, publicando seu primeiro trabalho sobre nanopartículas em 1978. Os trabalhos mais recentes tratam de problemas de superfícies de polímeros, adesão e molhabilidade, interações entre partículas coloidais e nanopartículas, formação e propriedades de nanocompósitos, propriedades de sólidos não-cristalinos, especialmente os fosfatos de alumínio e mecanismos de eletrização de isolantes. Fez contribuições metodológicas em técnicas de separação baseadas em membranas e em microscopias analíticas, eletrônicas e de sondas. Vários dos ex-colaboradores são hoje professores destacados em universidades brasileiras ou pesquisadores em empresas industriais. Das teses orientadas, uma recebeu o prêmio Carl Marvel (UFRJ) e outra recebeu o prêmio Capes (2005). Depositou 18 patentes das quais 7 foram licenciadas. Dois produtos baseados nessas patentes foram lançados no mercado. Mantém vários projetos com empresas, tratando principalmente da criação e desenvolvimento de novos materiais avançados e processos de fabricação. Exerceu funções dirigentes na Unicamp, MCT, CNPq, ABC, SBQ, SBPC e SBMM, de assessoria e planejamento na Fapesp, MCT, CNPq e Capes e de consultoria em várias empresas. Participou da concepção, elaboração e implementação do PADCT, que revolucionou a área de Química no Brasil, como coordenador do grupo de Química e Engenharia Química e depois como membro do Grupo Especial de Acompanhamento. Obteve numerosos prêmios: Retorta de Ouro (SIQUIRJ), Fritz Feigl (CRQ-4), Simão Mathias e Inovação (SBQ), Inovação (Abiquim), Eloísa Mano (ABPol), Pelúcio Ferreira (Finep) e o Prêmio Álvaro Alberto de Ciência e Tecnologia (CNPq/Wessel), o maior da ciência e tecnologia brasileiras.